sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A GEOGRAFIA E O LUGAR

O QUE É GEOGRAFIA

    A Geografia é uma das ciências que estudam a humanidade, interessando-se pelas transformações que o homem realiza no espaço natural. Os espaços naturais que foram modificados pela ação humana e transformado, portanto, em espaços geográficos.

CONHECENDO E DESENHANDO A TERRA

    A humanidade habita o planeta Terra, que tem uma superfície de aproximadamente 510 milhões de km².
    A maior parte dessa superfície é coberta de água. São cerca de 361 milhões de km² de oceanos, mares e lagos. O restante, perto de 149 milhões de km², são terras emersas, que estão acima do nível do mar, formando ilhas e continentes.

    Esse mapa-múndi representa a Terra como a conhecemos hoje. Mas ela nem sempre foi representada assim: a maioria dos mapas antigos mostrava apenas parte dos continentes. Á medida que os exploradores foram conhecendo melhor o mundo, aperfeiçoaram os mapas. Para representar toda a Terra em um mapa, foram necessários mais de 2 mil anos!
    No século XX, com o desenvolvimento da aviação, da fotografia e da indústria aeroespacial, a Cartografia evoluiu muito, e hoje o contorno dos continentes é retratado com maior precisão.

O NOSSO LUGAR

    O planeta Terra tem uma impressionante variedade de paisagens. Mesmo quando viajamos para lugares próximos, notamos que as paisagens se modificam. Podemos ver cidades, florestas, campos, lagos, rios, montanhas...
    Entretanto, nós não viajamos o tempo todo. Estamos quase sempre no mesmo lugar: moramos em determinada cidade; nossa casa fica numa rua situada num certo bairro. E o lugar onde moramos é o que melhor conhecemos: sabemos onde ficam a farmácia, a escola, o mercado...
    O espaço onde vivemos é o nosso lugar, onde criamos nossa raízes. Para muitas pessoas, é difícil sair de seu bairro ou deixar sua cidade natal para ir viver em outra. Mesmo quando se mudam, recordam com saudade a sua terra natal, os amigos com que brincavam, os parentes que ficaram por lá.
    Quando as pessoas se mudam para lugares dentro do próprio país, a adaptação delas é, em geral, um pouco mais fácil. Embora cada lugar tenha características próprias, a língua e muitos costumes e hábitos alimentares são conhecidos.
    Entretanto, geralmente quando maior é a distância que separa os lugares, maiores são as diferenças entre eles. Imagine como pode ser difícil para um pessoa se adaptar aos hábitos de outro país!

OS LUGARES FORMAM OS PAÍSES,

    Cada lugar é habitado por um conjunto de pessoas, que forma uma sociedade. Nós todos somos parte de uma sociedade, estabelecida em um bairro, dentro de uma cidade, localizado em um município, que pertence a um estado de um país, que é parte de um continente.
    Dentre os mais de 200 países que compõem o mundo, um deles é o Brasil, que tem hoje cerca de 200 milhões de pessoas. Graças a sua extensão territorial, o Brasil apresenta grande diversidade de paisagens naturais, influenciaram a formação de diferentes espaços geográficos, com costumes e formas de organização distintos.
    A rica variedade de paisagens no Brasil se deve, entre outros fatores, á sua grande extensão territorial. No Brasil tem pouco mais de 8,5 milhões km² e é um dos 5 maiores países do mundo.

  1. Rússia: 17.098.242 km²
  2. Canadá: 9.984.670 km²
  3. Estados Unidos: 9.826.675 km²
  4. China: 9.596.961 km²
  5. Brasil: 8.514.877 km²
BRASIL E SUAS DIMENSÕES

    O Brasil é um dos maiores países do mundo. Sua expansão territorial foi tão grande, que hoje ocupa quase metade da América do Sul.
    Devido ao seu formato e á sua extensa área, as distâncias entre seus pontos extremos são enormes, chegando a mais de 4 mil quilômetros. Para melhor administrar seu imenso território, o Brasil foi dividido em porções territoriais, que deram origem aos estados. Além disso, os estados foram agrupados, originando cinco regiões.
estado (com letra inicial minúscula): Cada uma das partes em que o território nacional está dividido. Atualmente, são 26 os estados brasileiros.
Estado (com letra inicial maiúscula): A unidade política popularmente denominada país. É o Estado que organiza a política e a administração do território. Esse espaço é limitado por fronteiras e tem governo próprio, reconhecido internacionalmente.

TERRITÓRIO E NAÇÃO

    Além de ser formado por um território com fronteiras, todo Estado está ocupado por pessoas. Quando essas pessoas têm a mesma cultura - língua, história, costumes e tradições -, elas constituem uma nação ou um povo.
    Nós formamos o povo brasileiro, pois falamos a mesma língua e temos uma história, costumes e tradições comuns. Mas existem particularidades de uma região para outra, devido á grande extensão territorial e á diversidade de povos que formaram nossa população. Os descendentes dos indígenas, dos brancos europeus colonizadores, dos negros africanos trazidos como escravos e dos outros povos de várias partes do mundo que vieram para o Brasil contribuíram para fazer daqui um país multicultural.
    Mas nem sempre é assim. Há países que têm dentro do seu território dois ou mais povos, com diferentes culturas. A convivência entre esses povos muitas vezes é difícil e resulta em conflitos, guerras e até com formação de novos países. Isso ocorreu muitas vezes no século XX, ampliando o número de Estados no mundo.
    No caso do Brasil, a diversidade cultural pode ser observada nos costumes, na culinária, nas festas populares, no folclore, nas manifestações religiosas, na arquitetura, etc. Apesar disso, o Brasil forma só nação, e o sentimento de brasilidade percorre todo o território nacional.
BRASILIDADE: Sentimento de identidade dos habitantes do Brasil com seu espaço geográfico, suas paisagens naturais e sua cultura.

O MUNICÍPIO

    Em 1940, o Brasil tinha 1.574 municípios, a maior parte deles muito grande e com poucos habitantes. Com o passar do tempo a população de muitos municípios cresceu bastante, e isso levou á divisão das suas terras. Atualmente existem quase 6 mil municípios brasileiros. Dentro de cada um deles há uma cidade, onde está localizada a prefeitura municipal. No Brasil o número de cidades é igual ao número de municípios.
MUNICÍPIOS: Divisão administrativa dos estados, com autonomia política, representada pela prefeitura e Câmara Municipal (vereadores).
    O poder político do município é exercido pelo prefeito, que comanda o Poder Executivo municipal, e pelos vereadores, que exercem o Poder Legislativo e compõem a Câmara Municipal. Normalmente, o prefeito é assessorado por pessoas de sua escolha, que chefiam as secretarias municipais. A prefeitura é responsável por postos de saúde, escolas municipais, praças públicas, bibliotecas municipais e muitos outros serviços.
    Os municípios variam muito em extensão e qualidade de vida. Um dos menores do Brasil é o de São Caetano do Sul, que mede apenas 15 km² e fica na região metropolitana de São Paulo.Quase todas as suas ruas são asfaltadas, têm luz elétrica, água tratada e coleta de esgoto. Praticamente todas as crianças frequentam a escola, há bibliotecas de qualidade e postos de saúde para a população.
    Porém o exemplo de São Caetano do Sul não reflete a realidade do Brasil. Em geral, os municípios brasileiros são bem maiores em extensão e têm mais problemas. Quase 30% dos domicílios brasileiros não recebem água tratada e menos da metade está ligado á rede de coleta de esgotos. Isso oferece uma ideia dos nossos problemas e da importância da participação da cidadão na vida da cidade.
    O município é a unidade política mais próxima de nós, já que os acontecimentos de nosso cotidiano se relacionam com o lugar onde vivemos. É na cidade e no município que os cidadãos exercem seus direitos e cumprem suas obrigações. Por isso, as eleições para prefeito e vereadores são tão importantes.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O MODO DE VIDA DOS PRIMEIROS GRUPOS HUMANOS

A DESCOBERTA DO FOGO


    Atualmente, é muito simples conseguir fogo. Com um fósforo ou um isqueiro nas mãos, rapidamente se obtém uma chama. Contudo, durante muito tempo os seres humanos não souberam como produzi-lo.
   Durante milhões de anos, os ancestrais do homem moderno só tinham acesso ao fogo quando ele surgia espontaneamente, em áreas de vegetação muito seca incendiadas por raios ou por calor muito forte. Naquela época, a obtenção do fogo era eventual e dependia do acaso.
EVENTUAL: Ocasional; que ocorre algumas vezes, em certas ocasiões.

    Somente muito tempo depois de observar a natureza, refletir sobre ela e fazer experimentos, foi possível descobrir modos de utilizar e, posteriormente, produzir fogo.

  Provavelmente, os primeiros passos para essa descoberta foram dados quando os ancestrais humanos perceberam que o vento e o sopro sobre as brasas faziam o fogo reaparecer. Com isso, descobriram como mantê-lo aceso por mais tempo, mas não como produzi-lo.
    Imagina-se que, pouco a pouco, os homens notaram que o fogo surgia quando folhas ou galhos secos eram aquecidos por muito tempo. Assim, perceberam que uma chama poderia ser iniciada quando algum objeto era exposto a alta temperatura. Essa descoberta, aliada á descoberta de que o atrito entre duas pedras ou dois pedaços de madeira gerava calor, possibilitou ao homem produzir fogo. Acredita-se que essa descoberta, ocorrida há cerca de 500 mil anos, tenha sido uma das mais importantes conquistas humanas.

PARA SOBREVIVER, ERA PRECISO ANDAR MUITO

    Os humanos que viveram entre 5,5 milhões e 12 mil anos a.C. enfrentaram enormes dificuldades de sobrevivência, com poucos recursos para superá-las.
  Nessa época, eles não sabiam produzir seus próprios alimentos. Para sobreviver, dependiam exclusivamente do que a natureza lhes oferecia, coletando os vegetais que cresciam nos campos e caçando animais selvagens. Quando os alimentos disponíveis acabavam, tinham de mudar-se para outros locais, de forma a garantir a sua sobrevivência. Por isso, durante milhares de anos, os grupos humanos não tiveram um território fixo como residência, deslocando-se constantemente de um lugar para outro.
  Esse modo de vida, caracterizado por constantes deslocamentos em busca de alimento, é chamado de nomadismo, e quem o pratica é conhecido como nômade.
  Os antigos grupos nômades fabricavam ferramentas muito simples, feitas com paus e pedras lascadas, usadas para caçar, cortar e triturar alimentos e lutar contra inimigos.
  Habitavam cavernas, saliências rochosas ou tendas feitas de galhos e cobertas de folhas ou de pele de animais.
  Como viviam em grupos, comunicavam-se  e partilhavam suas experiências. Dessa convivência, surgiu um conjunto de práticas, hábitos, sinais de linguagem, regras e formas de sobrevivência que era partilhado pelas pessoas do mesmo grupo. A esse conjunto damos o nome de cultura.
  Nem todos os seres humanos criaram sua cultura da mesma forma, pois as relações que estabeleciam entre si e com o meio ambiente variavam muito de um grupo para outro.
  Foi nessa época que surgiram as primeiras pinturas rupestres. Essas pinturas, feitas nas paredes de cavernas e grutas, começaram a ser produzidas por volta de 40 mil a.C. e continuaram a ser praticadas durante toda a Pré-História, em muitos locais do planeta. Seus autores podiam utilizar diversos materiais: argila, sangue, ossos, madeira queimada. Inicialmente, os homens pré-históricos desenhavam apenas traços ou faziam marcas com as mãos nas paredes. Com o passar do tempo, passaram a registrar seus hábitos de vida, retratando a caça, o pastoreio, os rituais.

PLANTAR PARA PODER FICAR

    Há aproximadamente 12 mil anos, grupos humanos aprenderam a cultivar plantas e a domesticas animais. É muito provável que essa descoberta tenha ocorrido com a observação da natureza, num processo semelhante  ao da descoberta do fogo, que demorou milhares de anos e não aconteceu em todos os lugares ao mesmo tempo.
  Pouco a pouco, os seres humanos foram percebendo que as sementes, ao caírem na terra, germinavam e davam origem a uma planta igual á que lhes originou. Com o passar do tempo, a ação antes espontânea tornou-se intencional: os próprios seres humanos passaram a enterrar as sementes, conseguindo reproduzir parte da vegetação local. E foi assim que o homem começou a plantar.
  Essa descoberta não dispensou a coleta de alimentos, mas possibilitou que os grupos humanos se fixassem por mais tempo numa região, pois, produzindo seu próprio alimento, já não precisavam mais deslocar-se com tanta frequência.
  Somente mais tarde eles aprenderam a selecionar e armazenar os grãos. Também criaram técnicas mais eficientes de plantio, que só foram possíveis graças á produção de novos instrumentos de trabalho. Além da pedra lascada, que já utilizavam, passaram a empregar pedras polidas para construir suas ferramentas. Também passaram a produzir utensílios de cerâmica, como potes e vasos, utilizados para armazenar o produto de seu trabalho. Gradualmente, essas descobertas permitiram o planejamento da produção e o desenvolvimento da agricultura.
  Nessa mesma época, os seres humanos também descobriram que era possível domesticar e criar animais, diminuindo a necessidade da caça, que era perigosa e incerta. Tal como a descoberta da agricultura, depois de um longo processo de observação e experimentos, a pecuária passou a ser praticada.
  O aprendizado das técnicas agrícolas e da pecuária permitiu aos seres humanos formar povoados permanentes. Em vez de se deslocarem de tempos em tempos em busca de comida, abandonando seus abrigos a cada partida, podiam agora ficar num só lugar, tornando-se assim sedentários.
  Ao fixar-se num território, os grupos humanos começaram a investir em construções mais duradouras. Suas casas passaram a ser construídas com materiais mais resistentes, tais como madeira, pedra e barro cozido. Os espaços foram organizados a fim de atender ás novas demandas: alguns serviam para moradias das famílias; outros para produção agrícola, a criação de animais e outras atividades. A esse conjunto de espaços organizados damos o nome de aldeia.
  Pouco a pouco, a quantidade de alimentos produzidos nas aldeias passou a ser maior que a necessidade de sobrevivência do grupo. As sobras permitiram que algumas pessoas deixassem de trabalhar na agricultura e se dedicassem, exclusivamente, a tarefas artesanais, como produzir ferramentas e objetos de cerâmicas, tecer, construir casas e muralhas. Além disso, surgiram os comerciantes especializados em fazer trocas. Por exemplo: um aldeia podia ter muito trigo e poucas ferramentas; nesse caso, o comerciante encarregava-se de levar o excesso de trigo para outras aldeias, trocando-o pelas ferramentas de que sua aldeia necessitava.
  Os artesões e comerciantes montaram suas oficinas e mercados de troca nas proximidades das aldeias rurais, dando origem ás primeiras cidades.
  Há 6 mil anos, era grande o número de cidades na região do mundo que chamamos de Oriente Médio.
  Não demorou para as cidades serem atacadas por grupos nômades ou rivais. Surgiram, então, os primeiros soldados, indivíduos preparados para defender o grupo. Nessa época, os homens também aprenderam a produzir objetos de metal ao dominar a técnica de fundição, o que possibilitou a fabricação de armas muito mais eficientes para combater as invasões.

A DIVISÃO DA PRÉ-HISTÓRIA: PALEOLÍTICO, NEOLÍTICO E IDADE DOS METAIS

  Ao longo da Pré-História, o modo de vida dos grupos humanos sofreu profundas mudanças. Á medida que se transformavam, iam desenvolvendo novas ferramentas.
  Com base no modo de vida dos homens pré-históricos e no tipo de ferramenta que utilizavam, os cientistas dividem a Pré-História em três grandes períodos: Paleolítico (também conhecido como Idade da Pedra Antiga ou Lascada), Neolítico (também conhecido como Idade da Pedra Nova ou Polida) e a Idade dos Metais.
  Chama-se Paleolítico (paleo = antigo; lítico = relativo á pedra) o período da Pré-História em que os grupos humanos utilizavam instrumentos da pedra lascada. Esse período, portanto, é anterior ao aparecimento da agricultura, quando os seres humanos ainda não tinham moradia fixa.
  Já o período Neolítico (neo = novo; lítico = relativo á pedra) se caracteriza pelo uso de instrumentos feitos de pedra polida. Ele se inicia com o surgimento da agricultura e a fixação do homem á terra.
  No final do período Neolítico, os homens desenvolvem a técnica de fundição de metais, o que propicia a produção de instrumentos de trabalho mais eficientes e resistentes que são conhecidos até hoje: foices, machados, arados, armas, entre outros. Essa descoberta dá início á Idade dos Metais. Foi nesse período que o homem inventou a escrita, evento que marcou o fim da Pré-História.

COMO OS SERES HUMANOS SE ORGANIZAM

  As pesquisas arqueológicas apontam que os primeiros grupos humanos surgiram e viveram no continente africano. Com o passar do tempo, esses grupos foram se espalhando pelo planeta em busca de melhores condições de sobrevivência.
  Todos os seres humanos do planeta têm uma mesma origem; contudo, não vivem da mesma forma. Isso ocorreu, dentre outras coisas, porque cada grupo, ao se fixar numa região, precisou superar as dificuldades naturais do lugar, que eram bastante diversificadas.

AS DIFERENTES FORMAS DE VIVER

  Ao longo do tempo, os diversos grupos foram capazes de criar um conjunto de práticas e regras de sobrevivência próprias, dando origem a diferentes modos de vida (ou culturas).
  Esquimós e berberes, povos que apresentam formas de organização social bem diferentes. Ambos desenvolveram seu modo de vida para superar as dificuldades que tiveram de enfrentar, mas cada um deu respostas diferentes a suas necessidades, garantindo a sobrevivência de seus membros.

OS ESQUIMÓS


  Os esquimós habitam o extremo norte do continente americano (Alasca, Groenlândia e Canadá) e uma ilha do extremo norte da Europa (Islândia). Como nesses locais a temperatura é muito baixa, eles tiveram de desenvolver uma técnica de construção de casas que garantisse sua sobrevivência ao frio intenso. Assim, criaram iglus, moradias feitas com blocos de gelo e forradas de tal modo que a temperatura interna permanece elevada o suficiente para que se possa sobreviver. Para se proteger do frio, também desenvolveram roupas especiais, feitas com peles de foca e forradas com pele de urso ou de raposas.

OS BERBERES

  Os berberes são povos que vivem no norte da África, região caracterizada por um clima quente e seco. Para garantir sua sobrevivência, desenvolveram o comércio entre regiões ao norte e ao sul do deserto do Saara. Assim, passam a maior parte de suas vidas viajando em caravanas pelo deserto.

  Nessas viagens, que duram cerca de três meses, enfrentam 2,4 mil km sobre o dorso de camelos. Além das mercadorias, carregam suprimentos, como água e frutas secas. Para proteger-se do sol, do vento e da areia, usam turbantes que cobrem a cabeça, o pescoço, o nariz e a boca, deixando apenas os olhos de fora. Para cobrir o corpo, usam longas túnicas. Em suas paradas, montam tendas para se abrigar.

  A necessidade de viajar pelo deserto deu aos berberes um jeito próprio de viver, adaptado ás condições do ambiente.

O RESPEITO ÁS DIFERENÇAS

    Desde que os homens surgiram e se espalharam pelo planeta, organizados em grupos, procuraram transformar suas condições de vida. Passaram a desenvolver estratégias de comunicação, alimentação e habitação em função das escolhas do grupo e das características naturais do lugar onde se fixavam. Com o tempo, aprenderam a transformar esse lugar, ou a transformar-se de acordo com suas necessidades.
  Por isso, não podemos julgar as formas de organização social e a cultura dos diferentes povos, classificando-as como boas ou ruins, evoluídas ou inferiores. Se essas formas de organização garantem a sobrevivência dos seus membros, são eficientes, cumprem sua principal função.
  Atualmente as crianças têm ao seu alcance  recursos tecnológicos e científicos como computadores, CD-ROMs, brinquedos e jogos eletrônicos, entre outros. Provavelmente, as crianças esquimós ou berberes não dispõem desses recursos.
  Então devemos olhar culturas distintas da nossa com curiosidade e respeito, sem julgá-las. Não são piores nem melhores: apenas diferentes.